De ballet clássico até aulas de marchetaria, os cursos ofertados pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) levam à população diversas modalidades artísticas com preços acessíveis. Espalhados pelas dez regionais e outros espaços culturais, eles também contribuem com a economia criativa da cidade, ajudando na geração de emprego e renda.

No ano passado, os 185 cursos de diferentes modalidades movimentaram R$ 1,6 milhão em renda para os professores. Além de beneficiar diretamente os profissionais das artes, os cursos da FCC também geram um impacto na comunidade local.

Jocilene de Lara leva à Regional Cajuru aulas de Dança Circular para o público idoso. Com uma proposta de integração, ela convida os alunos a darem as mãos e confiar em quem está do lado, e para Jocilene, as aulas representam trabalhar com seu sonho.

“Trabalhei a minha vida toda na área de informática. Em 2014 eu saí do mercado formal e comecei a fazer vários cursos de dança. Em julho de 2016 comecei a dar aula na Rua da Cidadania do Cajuru, quando ela foi inaugurada”, contou Jocilene. A professora começou oferecendo aulas de dança circular de graça, e hoje complementa 50% da sua fonte de renda.

Para atender aos mais de 2 mil curitibanos que participam dos cursos, as aulas acontecem nas ruas das cidadanias das dez regionais da cidade, além do Conservatório de Música Popular Brasileira, Museu da Gravura, Gibiteca, Casa Kozák, Teatro da Vila e Centro Cultural da Vilinha.

Desde artes visuais até dança, teatro e música, existem turmas disponíveis durante os três períodos: manhã, tarde e noite, que oferecem uma iniciação às artes para todas as idades, gostos e interesses.

Nas regionais, os cursos são escolhidos a partir das demandas e características da comunidade, que podem iniciar as aulas em qualquer época do ano pelo valor mensal de R$ 60. Os cursos funcionam de forma autossustentável, e oferecem aos alunos todo material necessário.

Para atuar como professor nos cursos da Fundação Cultural, os profissionais passam por um processo seletivo por meio de edital. Os participantes devem enviar suas propostas de ensino e comprovar experiência. Os editais têm duração de dois anos com possibilidade de prorrogação, e neste ano, será lançado um novo edital no segundo semestre.

A professora de teclado Fernanda Santos Ferreira começou a dar aulas na Regional Santa Felicidade a partir do último processo seletivo, que ocorreu em 2022, mas sua trajetória no curso de teclado da Fundação já é de longa data, quando ainda era aluna na Regional Boa Vista, em 1997.

“Comecei a fazer aula de teclado em 1997, em 1998 a professora me chamou para fazer um estágio e desde então eu só trabalho com a música, é muito especial retornar como professora, porque é algo que eu sonho desde a época de aluna” comentou Fernanda.

Ela também atua na Regional Fazendinha, onde, juntamente com a Regional Santa Felicidade, compõem sua principal fonte de renda e leva o ensino da música para mais de 100 alunos. “Eu atendo 12 turmas na Santa Felicidade e quatro na Fazendinha, o trabalho nas regionais é minha principal fonte de renda” explica Fernanda.

Outros professores também veem nos cursos da Fundação uma oportunidade para participar do mercado de trabalho artístico e se aproximar da comunidade.

Há 10 anos, a musicista Clarissa Bruns tem como principal fonte de renda o trabalho como professora de canto popular no Conservatório de Música Popular Brasileira. Cantora, compositora e idealizadora do grupo Icônicas, Clarissa atua em vários projetos musicais, e no seu tempo como professora no Conservatório, ensina a música brasileira a diversos públicos.

“A minha atuação na arte é bem ampla, mas com certeza minha renda principal é o Conservatório, é um curso que já tenho estabilizado meu estilo, minha linha de trabalho, então é bastante dedicação dentro e fora da aula, mas é gratificante oportunizar que pessoas de diferentes realidades possam estudar música e contribuir para a difusão da cultura brasileira nas novas gerações” comentou Clarissa.

Fonte: Prefeitura de Curitiba